O Espaço de diálogo sobre o Ensino Médio Público

domingo, 21 de abril de 2013

O EDUCADOR SOCIO-DIGITAL: a experiência dos supervisores e tutores do Programa Telecentros.BR


Como se pode definir aquele sujeito que se ocupa de ações de mobilização e de formação na (e para a) rede mundial de computadores e, particularmente, nas (e para as) redes sociais? Educador? Professor? animador?


Como responsável pedagógico pela execução de dois projetos de inclusão digital, Programa Telecentros.BR e EMdiálogo, o primeiro vinculado ao Ministério das Comunicações e o segundo vinculado ao Ministério da Educação, temos tido dificuldades de encontrar uma definição que satisfaça.

Essas diferentes figuras (educador, professor e animador) têm significado distinto. O professor é o profissional do ensino, habilitado para trabalhar em ambientes escolares formais, principalmente, por tradição cabe a este profissional dirigir um processo de aprendizagem. Já o animador procura apenas mobilizar e estabelecer relações que favoreçam o diálogo entre as pessoas, sem conduzir ou interferir nos processos formativos que se estabelecem nas redes. O educador social, apesar de não ser necessariamente um profissional, pode ser compreendido como um agente que desenvolve um trabalho racional de formação. Muitas das vezes é um militante de uma causa!

O educador social é um sujeito que, para exercer a sua função, muitas das vezes passou por algum tipo de formação preparatória, geralmente de pequena carga horária. Em seu processo de formação mesclam-se o exercício da militância e uma formação inicial focada no problema social a ser enfrentado. Este atua em ambientes formativos nãos formais (ONGs, plataformas virtuais, organizações comunitárias, projetos de formação) visando o enfretamento de problemas sociais específicos e trabalha de forma planejada e intencional (racional). Seu trabalho está circunscrito aos objetivos de formação do Programa no qual está inserido e, em função destes, pode assumir a função de:

a.      Educador de rua

b.      Educador ambiental

c.       Educador digital

d.      Agente de saúde

Nos ambientes de aprendizagem do Telecentros.BR, programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações,  os educadores  digitais assumiram funções diferentes de supervisor e tutor visando a formação dos monitores dos infocentros comunitários.

Cabe ao supervisor, profissional com formação mais na área tecnológica ou pedagógica, apresentar e acompanhar o tutor na plataforma virtual de formação; orientar o tutor quanto às ferramentas utilizadas na formação e quanto ao conteúdo da Formação dos Monitores, orientando sobre estratégias de ensino; verificar diariamente as listas dos monitores e de tutores existentes em busca de dúvidas e de pendências; participar das reuniões (virtuais e presenciais) com a equipe de coordenação pedagógica e com os tutores; avaliar e registrar dificuldades e avanços do trabalho pedagógico e propor ações de correção e de aperfeiçoamento do processo formativo. Neste Programa o supervisor mostrou-se peça chave pois a sua ausência ou presença nas redes tiveram repercussões em cadeia sobre o trabalho de tutores e de monitores. Também foram imprescindíveis para a elaboração e o aperfeiçoamento dos conteúdos e das estratégias de formação utilizadas na plataforma.

No Telecentros.BR cabe ao tutor (geralmente um estudante de graduação ou de pós-graduação) o contato direto com os monitores em formação. Eles têm a responsabilidade de conhecer os documentos de referência da Rede Nacional de Formação Para a Inclusão Digital, orientadores das ações de formação; manter vínculos com seus monitores; participar ativamente nos Fóruns do MOODLE e de orientar as atividades e dos conteúdos do curso. Devem ter participação ativa e diária nas Listas de Discussão (Monitores, Tutores), esclarecendo dúvidas, incentivando participações, dialogando sobre avanços e dificuldades; devem fazer registro diário das dimensões do acompanhamento e avaliação; checam as redes sociais dos monitores; preenchem mensalmente as planilhas de avaliação dos monitores e registram ausências prolongadas.

Estes dois educadores, SUPERVISORES E TUTORES, são o CORÇÃO e o PULMÃO do Programa Telecentros.BR, cabendo à equipe de Coordenação  oferecer as melhores condições possíveis para o diálogo direto estabelecido como REDE DE FORMAÇÃO entre estes e os monitores.

A todos está colocado o desafio de aperfeiçoamento das estratégias de formação que favoreça a inclusão digital em nosso país. Do ponto de vista pedagógico, o desafio é o mesmo colocado por Miguel Arroyo, grande educador brasileiro com fortes vínculos com os movimentos sociais, saber aproveitar, em benefício da educação popular, os saberes técnicos da pedagogia e o compromisso político dos militantes dos movimentos sociais.

Este registro é para homenagear os sujeitos responsáveis por todo o sucesso que pode estar tendo o Programa de Formação do Programa Telecentros.BR, os SUPERVISORES E TUTORES do Programa.

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