O Espaço de diálogo sobre o Ensino Médio Público

terça-feira, 9 de abril de 2013

A DEMOCRACIA E AS ELEIÇÕES DA UEPA


Na campanha eleitoral que está em curso na UEPA para reitoria um tema tem ganhado destaque, a DEMOCRACIA.

Causa assombro, entretanto, a postura de integrantes da Chapa Viração que remonta fatos de 2008, quando foi nomeada a Profª Marília Brasil como reitora protempore, pois informam e omitem apenas o que interessa eleitoralmente.
Os “novos democratas” omitem que em 1996, o vencedor das eleições para reitor da UEPA foi o Professor Mário Cardoso, em segundo lugar a professora Regina Manescky e em terceiro a Professora Izabel Amazonas, mas que foi esta última a nomeada pelo Governador Almir Gabriel. Esta reitora, Izabel Amazonas, foi um desastre na SEDUC (quando esteve por lá) e também na UEPA, onde marcou um tempo em que a Instituição foi colocada à serviço do governo e dos políticos de sua base, sem democracia e sem autonomia. Omitem também que era pró-reitor daquela gestão o Profº Ribamar, o mesmo que hoje faz as publicações em nome da democracia e em defesa da Chapa Viração. Omitem, ou distorcem, a diferença entre protempore e interventor já que intervenção é o nome dado ao que foi feito recentemente no IFPA, quando os eleitos foram afastados do cargo por improbidade, já o protempore é nomeado quando um cargo está vago, em aberto, tendo a necessidade de ter alguém responder pela instituição. Foi esta a situação vivida pela UEPA já que já havia encerrado o mandato do Profº Fernando Palácios e não havia reitor eleito. Omitem que em 2009 a Profª Marília Brasil assume a reitoria após eleições diretas quando recebeu o apoio da maioria da comunidade da instituição.

O que querem, então, quando falam em democracia? Tirar vantagem eleitoral! Aliás, vale ressaltar que muitos dos que advogam a democracia e bradam suas histórias de luta no período da ditadura, parecem absolutamente desconhecê-la, uma vez que ela só se aplica a seus interesses políticos e pessoais.

Todo este discurso de democracia feito por quem não pratica a democracia parece ser apenas uma justificativa antecipada para uma tentativa de golpe. Querem convencer a quem? À comunidade da UEPA de que não seria uma novidade as eleições não serem respeitadas. Também o Governador Simão Jatene, de quem esperam o desrespeito à vontade da maioria. Se forem mesmo democratas sugiro uma campanha: MEU COMPROMISSO É COM QUEM GANHAR AS ELEIÇÕES NAS URNAS!

Uma Universidade do Estado forte é uma necessidade para a população paraense, pois, somente com autonomia intelectual poderemos pensar os problemas regionais a partir de parâmetros de quem vive na região e esta autonomia é mais possível com o fortalecimento da gestão democrática e participativa.

A democracia não é valor universal, há quem a pratique, há quem a defenda, há quem critique e há quem a distorça. A democracia é um processo de permanente ampliação da participação popular nos processos de decisão, gestão e avaliação e na UEPA este processo está em curso, mesmo que com percalços, voltar atrás é golpeá-la profundamente (mesmo fazendo-se isso em nome dela). O que a sociedade paraense espera destas eleições da UEPA é que este processo de democratização se aprofunde e se aperfeiçoe, na prática.

Por Ronaldo Marcos de Lima Araujo

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