O Espaço de diálogo sobre o Ensino Médio Público

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

PERFIL DA JUVENTUDE PARAENSE

Segue abaixo alguns dados que nos permitem traçar um perfil da juventude paraense, que vive em condições de muita vulnerabilidade. Eses dados fizeram parte da apresentação realizada no debate do Fórum Estadual de Ensino Médio, do Conselho Estadual de Educação do Pará.

1.    Perfil quantitativo da juventude na Amazônia paraense
Faremos o recorte na realidade da juventude paraense, como expressão da realidade amazônica.

a.    Quantos são os jovens na Amazônia paraense?

                                          i.    População paraense: 7.581.051

                                        ii.    População de 15 a 29 anos: 2.243.780

                                       iii.    População de 15 a 29 anos Urbana: 1.566.371 (69%)

                                       iv.    População de 15 a 29 anos rural: 677.409 (31%)

Fonte: http://www.ibge.gov.br/estadosat/.

                                        v.    População jovem conforme sexo:

1.    Homens: 1.125.354

2.    Mulheres: 1.118.426

 

 

População jovem conforme raça/cor

População 15-29 anos conforme raça/cor – Pará – 2010
Raça/Cor
Nº absoluto
%
BRANCA
508.498
22,6%
PRETA
283.823
12,6%
AMARELA
23.403
1%
PARDA
1.410.050
64%
INDÍGENA
17.783
0,8%
Sem declaração
223
0%
TOTAL
2.243.780
100%

Fonte: http://www.ibge.gov.br/estadosat/. – CONFERIR DEPOIS ESTA TABELA.

 

b.    Identidades juvenis

                                          i.    Pátria das Águas, a Amazônia contempla uma complexa sociobiodiversidade que se materializa nas matas, caudalosos rios, diversificadas fauna e flora, natureza essa que abriga uma multiplicidade de populações, culturas e tradições (...) Povos das águas, das florestas e dos campos amazônicos – ribeirinhos, extrativistas, seringueiros, indígenas, quilombolas, assentados da reforma agrária, pescadores, agricultores familiares etc. – afirmam sua identidade reproduzindo historicamente seu modo de vida, de produzir e existir sociocultural e ambientalmente (Jaqueline Serra Freire).

                                        ii.    Ribeirinhos

1.    Moro aqui na ilha, bem próximo da margem do rio... moro numa área de várzea, onde a água sempre sobe em cima da superfície e sai... tenho um modo de vida próprio, bem diferente de pessoas que vivem em Belém. (Edinei, jovem da Beira do Rio Guamá, ilha do Combu, Belém/Pará/Brasil. Apud Jaqueline Serra Freire)

                                       iii.    Assentados rurais

1.    Eu vivo a minha juventude no campo, pois me orgulho de ser uma colona. Não tenho vergonha de minha cultura, eu sou uma mulher que trabalho no campo (...) Na minha juventude estou lutando por um futuro, de conseguir muitas coisas para minha comunidade (...). Eu me sinto privilegiada em morar no campo, por nossas culturas, nossos jeitos de ser. (Valdeniria, jovem assentada da reforma agrária, Aveiro/Pará/Brasil Apud Jaqueline Serra Freire)

                                       iv.    Indígenas

1.    70% (cerca de 315.000) da população indígena do Brasil está situada na Amazônia legal, distribuídos em 562 terras indígenas. (museudoindio.org.br).

2.    A população indígena é predominantemente jovem e cresce numa proporção de 3,5% / ano.

                                        v.    Quilombolas

1.    Estima-se a existência de 2.000 a 3.000 comunidades quilombolas no Brasil, sendo a região Norte a que mais concentra esta população e tendo apenas o estado do Pará cerca de 15% dela (www.cpisp.org.br).

                                       vi.    Das periferias urbanas

1.    65% da população jovem na Amazônia está nas zonas urbanas, contra 78% do Brasil. Este jovens concentran-se, em sua maioria, em bolsões de pobreza onde convivem cotidianamente com indignidade das condições de moradia e de violência.


Condição de moradia

Pessoas alfabetizadas residentes em domicílios particulares ocupados – 15 a 29 anos – 2012
Nº absol.
%
Jovens residentes em AGLOMERADOS SUBNORMAIS[1] (favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros) gráfico
373.880
40%
Jovens residentes na zona URBANAgráfico
455.229
49%
Jovens residentes na zona RURALgráfico
96.704
11%
TOTALgráfico
925.813
100%


Dos moradores dos aglomerados subnormais:

21% são brancos (na zona ubana os brancos somam 28%)

77% pretos ou pardos.

 



[1] O conceito de aglomerado subnormal foi utilizado pela primeira vez no Censo Demográfico de 1991. Possui certo grau de generalização de forma a abarcar a diversidade de assentamentos irregulares existentes no país, conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros (IBGE, 2012).

3 comentários:

  1. Obrigda por disponibilizar estes valiosos dados,pesquisador.

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  2. Muito importante, talvez possamos trocar ideias sobre o assunto. Em Manaus estamos articulando a criação de um observatório sobre o tema juventude.

    paz e luta!

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    1. Estamos abertos ao diálogo Jonas. visite nossa página no face EMdiálogoamazônia-Ensino Médio ou de nossa escola de formação Escola do Trabalho-UFPA ou então veja nossa agenda de formação bimestral no site: http://www.ufpa.br/ce/gepte/html/agenda.html.
      Abraço!

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